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Gastronomia

ração.“Os índices mais altos de consumo

de chocolate foram associados a uma re-

dução de 37% de doenças cardiovascula-

res e uma redução de 29% na incidência

de derrames em comparação aos índices

mais baixos (de consumo)”, escrevem os

autores, da Universidade de Cambridge,

na Inglaterra.

Outra pesquisa, publicada no pe-

riódico

Appetite

, aponta ainda para as

contribuições do consumo moderado de

chocolate amargo para as funções cogni-

tivas.“Os presentes achados dão suporte

a recentes testes clínicos que sugerem

que o consumo regular de flavonoides do

cacau pode ter efeito benéfico nas fun-

ções cognitivas e uma possível proteção

contra o declínio cognitivo relacionado

com a idade”, diz a pesquisa. Os dados fo-

ram compilados do estudo longitudinal

Maine-Syracuse, com a análise de 968

participantes, de 23 a 98 anos. Os pesqui-

sadores encontraram evidências de que

o consumo regular de chocolate estava

significativamente associado com as

funções cognitivas, “independentemen-

te de outros hábitos alimentares”.

Para melhorar o humor

A ingestão moderada também afeta o

humor graças à presença de substâncias

que estimulam a produção de neuro-

transmissores, como serotonina e endor-

fina no cérebro, propiciando a sensação

de prazer e bem-estar.

O organismo precisa de uma série

de aminoácidos para favorecer a ação

dos neurotransmissores que regulam

o humor. O triptofano, por exemplo,

é um dos componentes presentes no

cacau que atuam na liberação da se-

rotonina, logo, na regulação do humor.

Níveis baixos do neurotransmissor

podem abrir caminho para o desen-

volvimento de distúrbios, como de-

pressão e ansiedade.

Tudo isso explica porque algumas

mulheres notoriamente consomem

mais chocolate nos dias que antece-

dem a menstruação. De alguma forma,

ele alivia os sintomas desagradáveis da

tensão pré-menstrual (TPM). A gineco-

logista Maria Elisa Noriler explica que

esse aumento pelo desejo de chocolate

no período tem a ver com a queda tan-

to na produção de estrogênio quanto

de serotonina.

As mulheres mais sensíveis a essa

variação, com sintomas de TPM mais

intensos, sentem mais vontade de co-

mer alimentos também ricos em xanti-

na, outra substância presente no cacau

e que, assim como o triptofano, estimu-

la a liberação de serotonina. O chocola-

te amargo contém ainda vitaminas A,

B, C, D e E, sais minerais, como fósforo

e ferro, e contribui para diminuir os ní-

veis de LDL, o mau colesterol.

Um estudo realizado pela Univer-

sidade Real de Copenhague analisou o

apetite de 16 jovens saudáveis antes e

depois da ingestão de 100 gramas de

chocolate amargo ou ao leite. Os resul-

tados mostraram que sempre que co-

miam o amargo os participantes sen-

tiammenos fome e consumiammenos

alimentos. A ingestão de calorias após

o consumo de chocolate amargo foi 15%

menor em comparação à ingestão na-

queles que consumiram chocolate ao

leite. “Quanto mais leite tiver no choco-

late, maior é a chance de ele ter gordu-

ra saturada, que é prejudicial à saúde.

Vale lembrar que as gorduras conside-

radas ‘boas’ são os ácidos graxos mono

e poli-insaturados”, reforça o presiden-

te da Abran.

Para todos os paladares

Chocolate de alfarroba

À base de alfarroba, uma vagem naturalmente adocicada que, depois de

torrada e moída, resulta em uma farinha utilizada como substituta do

cacau. Tem apenas 0,7% de gordura, é pouco calórica, além de ser rica em

fibras e não conter cafeína. Seu sabor é similar ao do chocolate amargo. É

uma opção para intolerantes à lactose.

Chocolate de soja

Ótima opção para quem tem intolerância à lactose, já que não há leite

em sua composição. Feito com o extrato da soja, é considerado 100% ve-

getal. “Além disso, tem quantidade insignificante de sódio, o principal

responsável pela retenção de líquidos”, acrescenta Durval.

Chocolate

diet

Apesar de não conter açúcar, é mais calórico do que o chocolate ao leite,

por haver maior concentração de gordura.

Chocolate

light

Redução de pelo menos 25% das calorias em comparação ao chocolate

tradicional, reduzidas no açúcar e/ou na gordura.

Maria Elisa Noriler, ginecologista

Arquivo pessoal

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